Numa mesma estrada...caminhares!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Entre(abrir)…

 

NYC13709

Nenhuma fresta esquecida aberta... Nenhum cantinho, compacto, escondidinho, aonde eu possa me observar. Tenho que me ver ao longe, quase não me enxergar e ainda me contentar... Não há mais espaços pra mim em mim, ... Há tempos deixei de existir.

Preciso me tocar,....preciso me sentir... mas como prosseguir.... se sou toda ele... se sou toda dele.... se nao sou mais eu , se só sou ele em mim?

…Erikah  Azzevedo…

 

Você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off ..

Caio Fernando Abreu

domingo, 27 de setembro de 2009

Mergulha(mar)…

A água em nós A água corre sempre, a água cai sempre, é pura metamorfose entre os elementos, dissolve, assimila. E é por ela que os nossos devaneios adquirem substância. Quem sonhou perto do mar, onde o azul dos segredos se revelaram, sabe dos seus encantos. A água: contemplação que se aprofunda, fluidez e maleabilidade que transporta. Sabem os poetas, que a linguagem das águas é pura realidade: dos regatos e dos rios inspiradores, entre o mar e as ondas, entre o nosso sentir e sua exteriorização. Somo seres líquidos, de infinitas combinações: de águas clara, primaveris, correntes, amorosas, tempestuosas, sensuais. As águas vivas em nós, operando na síntese do nosso olhar, no olhar das coisas suaves, tanto graves, tanto pensativas: é um olhar da água que nos comove. Em nosso olhar, é a água que sonha, luz líquida, irisada e fluída que vê, ora se inquieta, sofre suas delícias, perde-se, abisma-se no sentir das suas volúpias, canta ou faz de si lágrimas inquietas, e sorrisos de pura cor aniz.

(Ju Gioli)

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Coitados dos que acham que amor é gota fina de chuva. agua fácil de se colocar em tinas

Amor é redemoinhos em marés.....maremotos nos ares. Água de tempestades.

É diluvio....mergulho...afogamento;

É sangue, Vida e morte.

É correntesa , corredeira, é enchurrada...é cachoeira … precipicio de águas .

É enchente e desabamento.

É tudo que transborda....que ocupa todos os espaços e as vezes destroe, outras consola.

Amor é vinho , é vicio.. é flâmula....é esgoto a céu aberto…amor é lixo

É tudo isso, o bem o mal, o feio o bonito e muito mais

É combustivel.

È desassossego, é calma

Inferno e paz

É larva.... é vida liquida..fundida...é fogo, mas também é lama

É chama sim, em forma de lágrima.

É placenta, líquido aminiotico...renascimento.

Amor é alma.

…Erikah Azzevedo....

"Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio. Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência."

Ines Pedrosa

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sorte!

Sou a confluência entre a natureza e o urbano,
o meio termo entre o concreto e o abstrato,
a intersecção entre eterno e finito,
a ligação entre o terno e o profano,
o que separa desejo de traição.
Eu sou o que pode o teu coração.

Libório Bonácio

SashaHuttenhaimnn

 

 Nao sei estar no meio do caminho, seguir uma linha....mostrar-me em apenas uma direção

Ser encontro e depedidas, cicatriz e ferida, amor e odio..esta é a minha sina.

Sou a contraregra,  o coontroverso,  o contratempo, a contrapartida, a contramão,

Sou feita do contrapeso, do contraponto, de contravenções.

Não sou meio termo, ou estou nos trópicos ou no polo norte.

Sou vida mas também sei ser morte

Me entender amigo, é uma questão de sorte!

 

....Erikah Azzevedo....

 

Não te preocupes em me decifrar,
sou costurada com a linha da ambigüidade,
vestida de discursos de calar.
Não procure em mim suas verdades
minha bainha não foi feita,
toco em todas as texturas.
Minha cor não foi eleita,
sou camaleão sem cura.
Sou verso de intuição,
pergunta possível,
tentativa de explicação.
Meu verso é repleto de possibilidades,
não possuo seqüência, não possuo métrica.
Sou cúmplice da dualidade,
rima anacrônica perdida na realidade.
Não te preocupes em me decifrar.

Gabriela Marcondes

domingo, 13 de setembro de 2009

Reticências…

Não caibo muito em lugares, muito menos em frases. Não tenho a minha exata medida em ser. Exagerada por natureza, não sinto ter um lugar no mundo. Tudo parece comreticenciaspacto ao redor de quem se sente crescente, de quem não quer parar de crescer. Tenho dificuldade imensa em caber. Estou sempre ao longe, antevejo-me sempre no momento a seguir. Só me vejo cabendo entre as aspas de um frase sem fim, definitivamente é nas reticências que encontro todas as reminescencias de mim...

Vivo de reticências mas não sou reticente, sou somente um ser renitente que sente ... que adora sentir.

…Erikah Azzevedo…

sábado, 12 de setembro de 2009

Só…somente só!

sozinha

E preciso aprender a viver só, ser só, estar só...ser sozinho na multidão de si mesmo. Não precisar de mais nada, de mais ninguém... a si mesmo “se” bastar.

É preciso que a auto-estima e que a auto-suficiencia seja sempre um caminho a seguir...o melhor de todos...sem atalhos, trilhas desconhecidas, rotas secretas... conhecer intimamente o caminho ...trilhar sem medo e se amar.

É tempo de recolhimento...de reciclagem dos sentimentos! Chega de paixões derradeiras, emoçoes passageiras, não sou metade.... não preciso de ninguém pra me sentir inteira.

...Erikah Azzevedo...

,

Um dia sou multidão, no outro sou solidão.
Não quero ser multidão todo dia.
Num dia experimento o frescor da amizade,
no outro a febre que me faz querer ser só.
Eu sou assim. Sem culpas.

Pe. Fábio de Melo

,

"Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser."

Gilberto Gil

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Não me prendo a nada que me defina. sou companhia, mas posso ser solidão. tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.

Clarice Lispector.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Suor em letras...



O que dizem meu meus dedos nos dias em que transpiro literatura? Hoje sou um punhado de dúbias palavras, é tanto sentir que sinto-me confusa! Preciso me ler mais vezes , deixar-me escrever...sentir-me lida! Preciso aprender a ler-me mais.


...Erikah Azzevedo...

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Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
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Octavio Paz

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Grito mudo...

"Gosto das perdas que me tiram tudo. Pra sentar em mim, olhar ao redor, e ficar. Até redescobrir em mim força e possibilidades de recomeçar. Tudo que vivi já me ampliou os vãos de dentro, e tanto, que me sinto tão menor em mim. Mas, com espaços para crescer.
Silêncio. Tudo que quero dizer está na ponta dos dedos."
(Cecília Braga)










O oco é o caminho dos ecos de nós. Só no meu vácuo é que sinto o meu som se propagar. Ruído desarmônico, intenso, estridente...alto. Grito-me, ouço-me e até parece que não há mais tristeza em mim...só silêncio! Morno, vibrante e ressonante ...Tão difícil ser a fala amordaçada que estanca o grito que se dá. Tão difícil, ser grito mudo, silenciado, e ainda querer gritar.



Segredo....façam silencio...é um grito de socorro!



É só silenciando que me ouço gritar. Mas será que mais alguém, alem de mim, também me ouve?



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...Erikah Azzevedo...






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Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som
do próprio grito...
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Vander Lee



Se ao menos esta dor servisse, se ela batesse nas paredes, abrisse portas, falasse. Se ela cantasse e despenteasse os cabelos, se ao menos esta dor, se vissese ela, saltasse fora da garganta como um grito, caísse da janela fizesse barulho...morresse. Se a dor fosse um pedaço de pão duro que a gente pudesse engolir com força, depois cuspir a saliva fora, sujar a rua, os carros, o espaço, o outro...esse outro escuro que passa indiferente e que não sofre, tem o direito de não sofrer. Se a dor fosse só a carne do dedo que se esfrega na parede de pedra para doer doer doer visível, doer penalizante, doer com lágrimas. Se ao menos esta dor sangrasse.

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Renata Pallottini

domingo, 6 de setembro de 2009

Das cinzas salgar...

Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos...Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
Caio Fernando Abreu



Vida é areia seca que escorre pelas mãos, não consigo retê-la...esvai-se em grãos, um por um, saem todos de mim, peito, cérebro, figado,coração.
Cola-me, na pele, apenas o sal que escorre pela ferida aberta, sangrante, desertada de toques...a alma.
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Sinto-me salgar.
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Deve ser ele o pó de qual sempre ouvimos falar.
Quem do sal veio ao sal retornará.
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...Erikah Azzevedo....
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Aproveite agora que você é jovem para sofrer o mais que puder - lhe dizia - que estas coisas não duram toda a vida.
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- Gabriel Garcia Marquez in “O Amor no Tempo do Cólera"

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Uma pergunta...

“(...)Estou tentando te dizer como cheguei ao neutro e ao inexpressivo de mim. Não sei se estou entendendo o que falo estou sentindo e receio muito o sentir, pois sentir é apenas um dos estilo do ser(...)"
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A paixão segundo GH – Clarice Lispector

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Tenho uma personalidade forte, costumo tomar conta das situações , mas por vezes sinto-me acuada, como uma largata, e então quero ser a protegida, sinto tanto a necessidade deste meu invólucro quanto das minhas asas....eu não tenho uma forma só de ver as coisas, ajo muitas vezes com uma complexidade que nem eu mesma entendo...não sou sempre fim , nem começo, sou mais caminho... ando pelos meandros da minha historia ...entre o cheio e o vazio, no que transborda..entre o quente e o frio..no que ferve.
Eu não sou linear...nunca fui
Nem tão pouco conceitual.
Contraditoriamente tento me definir...pouco consigo...poucas vezes.
Eu sou a que mergulha em si mesmo só pra sentir perder o ar..... a melhor maneira de ansiar o ar é se sentir sufocar...e ar é vida!
Eu sou a que procura em mim me entender... a que pergunta todos os dias quem sou.
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...ErikaH Azzevedo...
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Desculpai-me mas vou continuar a falar de mim que sou meu desconhecido, e ao escrever me surpreendo um pouco pois descobri que tenho um destino. Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa? Quem antes afiançar que essa moça não se conhece senão através de ir vivendo à toa. Se tivesse a tolice de se perguntar “quem sou eu?” Cairia estatelada em cheio no chão. É que “quem sou eu?”Provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade?
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Quem se indaga é incompleto.
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Clarice Lispector, em a Hora da Estrela
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“(...)Qualquer entender meu nunca estará à altura dessa compreensão,pois viver e somente a altura que posso chegar - meu único nível é viver. (...)"
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A paixão segundo GH – Clarice Lispector

Bon appétit!!!



Benditas sejam todas as paixões , as desvairadas, as desenfreadas, as inconsequentes paixões. Benditas as mãos a tremer, os dedos nervosos a suar.
A inquietação dos minutos rápidos e dos segundos lentos.
Esse sentimento bom, angustia ruim. O pulso a acelerar , o congelar do ventre...o viver intensamente.
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Precisamos de paixão...só é assim é que nos sentimos vivos.
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Seja platônica, real, idealizada,carnal, possível.

Algo que nos desperte apetites vorazes , que nos aumente a fome de viver.
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Bom mesmo é poder colher paixões é só então comê-las de colher, como um doce de leite...lambuzar-mos dos ossos á alma e jamais sairmos ilesos.

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....Erikah Azzevedo...
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Cultivavas o vício da paixão com um método implacável. Corrias em contra-relógio. Procuravas a imobilidade de um tempo-pedra que já era o teu. O nosso - mas como podíamos dizê-lo, se tínhamos de continuar vivos? Nos breves dias em que vivias desapaixonada, tornavas-te impossível. Nada te entusiasmava.
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Inês Pedrosa
Em fazes-me falta!
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Eu só me encaixo direito
se bato dentro de um peito
que extravasa paixão.
Anne