Numa mesma estrada...caminhares!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O é do já….

 

(...)alegria, alegria é matéria de tempo e é por excelência o instante. E no instante está o é dele mesmo. Quero captar o meu é(…)

Clarice Lispector

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O Instante mais precioso, mais mágico e mais bonito é aquele que antecede o sorriso.

…Erikah Azzevedo…

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“ (…)fixo os instantes de metamorfose e é de terrível beleza a sua seqüência e concomitância (…)”

“(…)Pois quero sentir nas mãos o nervo fremente e vivaz do já e que me reaja esse nervo como buliçosa veia. E que se rebele, esse nervo de vida, e que se contorça e lateje. E que se derramem safiras, ametistas e esmeraldas no obscuro erotismo da vida plena(…)”

“(…)O próximo instante é feito por mim? Fazemo-lo juntos com a respiração. E com uma desenvoltura de toureiro na arena.(…)”

Excertos de Clarice Lispector, in agua viva

sábado, 17 de outubro de 2009

Ser-se e só…bastar-se em ser!

“ (…)O primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. (...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado(…)”

…Clarice Lispector

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Seria tão bom se todos conjugassemos o verbo ser, no tempo imperativo do verbo.

Sustentar a necessidade de ser.

Toda aceitação do outro inicia com o aceitar de si mesmo.

E permanecer na vitrine é um ato de coragem.

Ostentar seus proprios erros

Cair e poder falar das próprias quedas
Chorar e poder sentir a propria lágrima
Sangrar sim , só pra ver de perto a cor vermelho vivo e sentir o quente escorrer pela perna.
ver exposta as proprias feridas e orgulhar-se de tê-las cicatrizadas...ostentar mais tarde as cicatrizes.

E quem se atreve ?

Ter-se é um ato de orgulho.

Reprensentar com obediencia o papel de ser como se é, é um ato de fé!

(de quem acredita em si mesmo)

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…Erikah Azzevedo

“(…)Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois de uma pessoa perder o respeito de si mesma e o respeito de suas próprias necessidades, depois disso fica- se um pouco um trapo.

Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. (...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado.

Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso, nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Ouça meu conselho, ouça meu pedido: respeite a você, mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de vo cê uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver(…)”

Clarice Lispector-

Trexos de uma carta escrita pela Autora a uma amiga.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aprofundar-se…

“... É a altura de escrever sobre a espera. A espera tem
unhas de fome, bico calado, pernas para que as quer. Senta-se
de frente e de lado em qualquer assento. Descai com o sono
a cabeça de animal exótico enquanto os olhos se fixam sobre
a ponta do meu pé e principiam um movimento de rotação em
volta de mim em volta de mim
de ti... “
(Luiza Neto Jorge)

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Essa coisa de ser flor, esperar o pousar de passaro, o polém de outra flor, o vento, pra só então sentir-se fertilizar não é comigo...não sei me abrir pro sol e nem aceitar a chuva chegar, pacatamente.... Não sei conjugar o verbo esperar no presente de um indicativo de conformação e inércia. Vivo na intranquilidade dos que vêem na calma seu maior tormento.

Tirem-me da estufa por favor. Eu quero da vida os momentos mais intensos!

Não quero mais ser calma, necessitar tranquilidade, ou ser espera. Dêem-me mais e mais terra, prendam-me a ela...estimulem o meu crescimento. Não aguento mais ser flor que ainda não desabrochou.... Quero ser raizes arrebentando a terra , aprofundando, abrindo e seguindo caminhos vida a fora , solo a dentro.

Eu quero ser movimento.

...Erikah Azzevedo...

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No gesto de dar te reconheço, terra mãe
no corpo nu e languido
eu me vejo a mim mulher,
e das fontes como mãos abertas
as aguas límpidas que brotam bebemos
e assim lavamos a alma
a minha e a da terra.

Angela Santos

sábado, 10 de outubro de 2009

A flor da pele…

 

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Viver sem sentir não há sentido!

Não preciso estar , nem ter, nem ficar, nem permanecer...hoje o que eu quero é sentir, necessitar sentir, desesperar em sentir....com os cinco sentidos, com sentidos extras, todos!  A felicidade, as tristezas.  reviver momentos tristes e felizes…as lágrimas, os sorrisos muitos, o rubor da face, os orgarmos multiplos, outros prazeres, as dores, os desafetos, os amores..... emoções boas e ruins. Viver pra sentir, ser só e exclusivamente feita de sentires ....nos sentidos ver-me resumir...à flor da pele, desabroxando, amanhecendo.... e só ,ao sentir, sentir-me sendo!

…Erikah Azzevedo…

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"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."

Gabriel Garcia Marquez

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Singileza…

 

“vc, moça baiana, que me apresentou isso de ser eu”

MAXIMVS  DOMINVS  INCONTESTIS

(Ps: Frase retirada de uma conversa infomal no MSN.)

 

Destino…

“Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração eu sigo.”

Caio Fernando Abreu

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Se ao menos as folhas caídas no chão me segredassem a direção do vento, jogaria meus sonhos , meus planos ,minhas palavras, meus sentimentos. Teriam eles pelo menos o mesmo caminho a seguir. Talvez seja isso o destino, um caminhar que não dependa de mim.

É preciso aprender a ter paciência, deixa-lo se cumprir... e tem sido dificil.

Na pegadas de onde eu vim, um eco dos meus passos que insisto em ouvir

É que há tanta confusão aqui dentro, tanto movimento, um querer agir..

Mas como caminhar se eu nem sei pra onde ir, nem como chegar ?

…Erikah Azzevedo…

"Manda-me tudo pelo vento: envolto em nuvens, selado com estrelas tingido de arco-íris, molhado de infinito (lacrado de oriente, se encontrares)."

Caio Fernando Abreu

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" É saber que tudo se move a nossa volta, tudo se transforma e, até mesmo quando nos recusamos a acompanhar a dança da vida, sem percebermos, ela nos tira pra dançar, nos envolve com um ritmo novo. Quando isso acontece? Quando nos abrimos para a magia de viver e respirar as entrelinhas, os silêncios ... "

[CAIO FERNANDO ABREU]

"Não, não pergunte nada. Pense apenas que, se um anjo bateu exatamente à sua porta nesta época do ano, e se tão exato entrou e sentou à sua frente, ninguém melhor do que ele, saberá, com exatidão, o que fazer. Então espere."

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Subfebril…

Custa-me crer que eu morra. Pois estou borbulhante numa frescura frígida. Minha vida vai ser longuíssima porque cada instante é. A impressão é que estou por nascer e não consigo.

Você que me lê que me ajude a nascer.

Clarice Lispector

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Tá tudo morno aqui dentro, tudo pacato, compacto, aquiescendo. Tudo quieto, mudo, claro...uma meia luz. Alegria que se faz por não ser tristeza. uma paz morna, um meio-sol que ainda não se pôs, uma meia lua que ainda não surgiu...um entardecer prolongado. Tudo em banho maria. Um fogo brando, faiscado, um não ser meia noite e nem meio dia, tudo meio termo...tudo calmaria. Um aconchegar de paz....um estar subfebril.

Água de banho, líquido amniótico, chá de camomila, leite materno, chocolate derretendo, sopa de letrinhas...

...Erikah Azzevedo...

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"Um dia, porém, sentia seu corpo aberto e fino, e no fundo uma serenidade que não se podia conter, ora se desconhecendo, ora respirando trêmula de alegria, as coisas incompletas. Ela mesma insone como luz — esgazeada, fugaz, vazia, mas no íntimo um ardor que era vontade de guiar-se a uma só coisa, um interesse que fazia o coração acelerar-se sem ritmo... de súbito, como era vago viver. Tudo isso também poderia passar, a noite caindo repentinamente, a escuridão fresca sobre o dia morno."

Clarice Lispector

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Aspirou ar morno e claro da tarde, e o que nela pedia água restava tenso e rígido como quem espera de olhos vedados pelo tiro.

A noite veio e ela continuou a respirar no mesmo ritmo estéril. Mas quando a madrugada clareou o quarto docemente, as coisas saíram frescas das sombras, ela sentiu a nova manhã insinuando-se entre os lençois e abriu os olhos. Sentou-se sobre a cama. Dentro de si era como se não houvesse a morte, como se o amor pudesse fundi-la, como se a eternidade fosse a renovação.

[Andreia, em a menina dos olhos de agua]

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A espera de uma brasa que se transmute em fogueira

De dias que de tão quentes evaporem.

A espera de um fogo que me queime,

de um campo de trigo onde se colha e se coma ... o pão …

…Erikah Azzevedo…

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Queimará o monte, o filho, a lenha.A morte, as areias, a viagem... O deserto, a túnica, as estrelas

Nunca será bastante o incêndio.

(Daniel Faria)

sábado, 3 de outubro de 2009

A espera…

Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.
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Eugênio de Andrade

feliz

Deixo os cabelos soltos a sabor do vento , retiro um búzio do mar e ponho-o a enfeitar, rabisco estrelas no céu, visto-me dos mais bonitos sorrisos,... imagino beijos, sinto-os colados em mim, perfumo-me de flores, sonho com nuvens de algoodão doce , ouço no mumurio do mar segredos de ponta de ouvido, penso em mim, nos tantos de mistérios em mim a serem resolvidos .... banho-me em magia, invento porções de amor...bebo-as como quem morre de sede enquanto espero momentos felizes ..dias felizes...radiantes, estrondosos de bonitos...inesquecíveis...intensos...dias cheio de cor.

…Erikah Azzevedo…

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