Numa mesma estrada...caminhares!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Uma rosa pluriaberta...

O dia amanheceu, ela acordou, mas era mais que um acordar parecia um dispertar, um dispertar-se e a si mesma, dos sentidos....era como se no seu corpo flores em petalas se abrissem, era rosa vermelha pluriaberta, singular...exposto o polén, o mel...era doce...ela, a menina , brincava com suas reintrancias e entradas, dedilhava-as ,molhava-as com maestria...vibrou, gemeu, estremeceu, se tocou...gozou....tua pele toda pedia, mãos, seios, coxas, abdomem ... tinha ela mais que um nome, tinha ela agora sabor...entorpecida...sentia-se empregnada...eis que no seu corpo não sentia mais nada, apenas o cheiro do amor.
Tinha o fogo de mil labaredas, precisava do prazer pra não se vê em cinzas...amava as altas temperaturas..... jamais se censurou por ser assim
Doava-se ao prazer ! Dar-se a si e se receber! Um ritual que esporadicamente ela se permitia....ela a si propria..ela com ela, sozinha.

Liquefazer-se num orgasmo .... poderia ser isso pouco, mas era tudo que ela queria.

...Erika Azevedo...
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Não, eu não me enganaria
entre essas quatro paredes,
e quando as minhas mãos
descem pelo meu corpo
a percorre-lo teatrais,
sei que não são as tuas
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(Silvia Chueire)
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A mulher é feita de narração. Ela deve engravidar o desejo. Cortejá-lo, rodeá-lo, ouvi-lo.
Não dar conta dele para que ele passe a dar conta dela.
Diferente do homem, a mulher avisa o seu corpo. Prepara seu corpo. Informa seu corpo. Mantém seu corpo atento.
Seu prazer demora porque ela vai mais longe do que o homem.
O homem entenderá a mulher caso o seu prazer seja o dela, assim como toda a vida a mulher entendeu que seu prazer era o dele.
Nenhuma pressa, não entrar na água, seguir o rio andando pelas margens.Abandonar mais de uma vez, e recomeçar. Não finalizar. Abrir um lado da cama ao vento, ao som da língua, ao alarido da rua.
Permitir a ela acreditar que não conseguirá após vários adiamentos. Quando ela duvidar, prosseguir. É na desistência que o corpo cresce.
O prazer feminino mente a si. Mente que está chegando e volta, mente que está concluído e volta.E quando vem, percebe-se que tudo o que voltou não foi desperdiçado.-
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Fabrício Carpinejar -

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